quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O Doente Imaginário.

Sarampo pega.
“Hepatite, escarlatina. Estupidez, paralisia. Toxoplasmose, sarampo. Esquizofrenia. Úlcera, trombose. Coqueluche, hipocondria. Sífilis, ciúmes. Asma, cleptomania...” Todas essas doenças citadas na música O Pulso, composta por Arnaldo Antunes (ex-Titãs), já dividiu espaço com a homossexualidade, num livrinho, usado por profissionais da área de saúde, governos e entidades privadas, chamado CID - Código Internacional de Doenças. O qual “fornece códigos relativos à classificação de doenças e de uma grande variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais, queixas, circunstâncias sociais e causas externas para ferimentos ou doenças. A cada estado de saúde é atribuída uma categoria única à qual corresponde um código, que contém até 6 caracteres”. (Wikipédia). Aquelas letrinhas e número que vem no seu atestado médico, como: J11.0, que significa: Influenza (gripe) com pneumonia, devida a vírus não identificado, ou A09, Diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível.

Bandeira da OMS
Pois é, a homossexualidade já foi considerada oficialmente uma doença e esteve presente no CID até a sua 9ª edição. Tudo começou com o estudo do sexólogo Richard von Krafft-Ebing que listou a homossexualidade junto com 200 outros estudos de casos de práticas sexuais desviantes, em sua obra Psychopathia Sexualis (1886). Propondo que a homossexualidade era causada por uma "inversão” durante o nascimento ou adquirida. Isso foi suficiente para tornar a homossexualidade uma doença e para curar os homossexuais (ou invertidos)  a medicina da época propôs de tudo: confinamento, choques elétricos, altas doses de medicações, psicoterapia, terapia de família e até transplante de testículos.

De 1952 a 1973, a homossexualidade constava como uma desordem mental, no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais (DSM), da Associação Americana de Psiquiatria. Em 17 de maio de 1990, na Quadragésima Terceira Assembléia Mundial da Saúde, a OMS - Organização Mundial de Saúde divulgou que retirou do CID os códigos que vinculavam a homossexualidade a doença e desde então vários órgãos e entidades de classes vêm retirando dos seus “livrinhos”, códigos de igual ou semelhante teor. Como também, tem orientando a médicos e psicólogos a não colaborarem com eventos e serviços que proponham tratamento e cura da homossexualidade. OK, Senhores, a homossexualidade não é mais uma doença! Eu: Alemberg Santana agradeço em meu nome e em nome de todos nós.
Vacina Anti-Gay.
Só que isso ainda é pouco, solicito da OMS, a exemplo da Igreja Católica Apostólica Romana na figura do papa João Paulo II, que pediu perdão a Humanidade pela Inquisição e aos judeus por ter se calado frente ao nazismo e na figura de Bento XVI, aos fiéis irlandeses, por abusos sexuais cometidos por bispos da igreja no país, que peça perdão a nós, homossexuais, por nos ter rotulado de doentes. E complete o serviço, retirando do CID-10, os códigos: F63 (Transtornos dos hábitos e dos impulsos), F64 (Transtornos da identidade sexual), F65 (Transtornos da preferência sexual) e F66 (Transtornos psicológicos e comportamentais associados ao desenvolvimento sexual e à sua orientação). Pois é preciso, que fique bem claro, de uma vez por toda, que nós não somos invertidos, doentes e nem transtornados, antes que algum engraçadinho queira inventar uma vacina anti-gay.

Um comentário:

  1. Concordo em gênero, número e grau contigo. Ridículo isso de "vacina anti-gay". Excelente texto.

    E muito obrigado pelo comentário em meu blog. Adorei!
    Acabei de postar lá novamente. Apareça, querido! (:

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