sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Farinha do mesmo saco.

O mundo gay é mais heterogêneo do que todas as tribos urbanas existes juntas, apesar de muitos, inclusive alguns gays acharem que todo homossexual é igual. Talvez, igual em desgraça, mas não na vivência da sexualidade.

Não, não somos todos “farinha do mesmo saco”. Nem na pratica do sexo homossexual e nem do amor homoafetivo. Existe uma gama de vivência da sexualidade bem diversificado, que vai desde aquele que pratica o sexo homossexual (como o gay não assumido, o garoto de programa e o bissexual), mas não se identifica com a cultura gay, àquele que apenas se identifica com a cultura gay (o metrossexual), mas nem deseja e nem pratica o sexo homossexual, passando por aquele que apenas deseja e fantasia o sexo homossexual, mas não passa do plano da fantasia (como se observa em alguns escritores, poetas e compositores de música). No entanto, ao longo dos séculos, independente de como vivemos nossa homossexualidade, fomos julgados e condenados pela sociedade como criminosos, pecadores ou doentes e detalhe: sem direito de defesa. Acredito eu, que devido às varias  penalidades a que já fomos submetidos: tortura, tratamento médico e psicológico, apedrejamento, enforcamento, etc., fomos progressivamente empurrados a margem da sociedade e lá permanecemos em silêncio por muito tempo. Tempo suficiente para surgir um universo social paralelo: o gueto gay, onde de alguma forma pudéssemos nos permitir viver nossos amores proibidos com menos riscos. 

O problema é que a maior parte desse universo paralelo, principalmente nos grandes centros urbanos, é alimentado por bares, boites, saunas, cinemas e “points” gays freqüentados por pessoas com ideologias distintas, que na maioria das vezes não têm absolutamente nada em comum, a não ser o rótulo de homossexual. Dando margem a muitas relações superficiais, efêmeras ou no mínimo cheias de grandes perdas emocionais. 

Pois é, amigos, Eu: Alemberg Santana lhes convido a repensar as nossas relações homoafetivas, pois vale lembrar que toda relação humana – familiar, amorosa, profissional ou de amizade – está sujeitada a modelos de comunicação alicerçadas em afinidades. Sendo assim, é preciso estar atento ao que de fato nos liga a quem escolhemos para compartilhar uma vida a dois, pois só a orientação sexual não é suficiente para que haja uma relação. Não, não somos todos "farinha do mesmo saco".

2 comentários:

  1. Bom dia, Ale...
    Se eu puder chamá-lo assim, é claro.
    Adorei o seu texto, não sendo demagogo e muito menos querer somente elogiar por elogiar. Isso é uma realidade que infelizmente se pode notar muito nos nossos dias, ainda mais quando nossa sociedade é totalmente "capitalista amorosamente", estamos aprendendo com esta a amarmos somente por interesses em particular o de sexo casual, sem mesmo nos importarmos com os sentimentos do outro. Precisamos mudar nossas consciências e muito. Divulguei o seu site em mail para todos os meus contatos. Se tiver orkut e puder adicionar, o meu é este:
    http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=7941833723007523167

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  2. ...bares, boites, saunas, cinemas e “points” gays freqüentados por pessoas com ideologias distintas, que na maioria das vezes não têm absolutamente nada em comum, a não ser o rótulo de homossexual...

    Outro Post de Qualidade,
    adoro seu blog.

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